tag:blogger.com,1999:blog-377803582024-03-06T23:23:03.204-08:00AQUELE PESO em mim - Meu coração.Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.comBlogger66125tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-59051722845045849192022-08-17T14:14:00.001-07:002022-08-17T14:14:18.774-07:00VãoO tempo desse lugar é pouco<div>A hora é torta</div><div>Passante </div><div>Esbarra no pensamento</div><div>Cria um vão</div><div><br></div><div>De cá, vejo o abismo</div><div>Piso na borda</div><div>Encaro </div><div><br></div><div>Busco o de dentro</div><div>Vejo escuridão</div><div>Vazios empilhados</div><div><br></div><div>Retomo</div><div>Situo o chão</div><div>E me recolho</div>Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-53232098306502207042022-08-14T09:33:00.001-07:002022-08-14T09:33:06.201-07:00Recorrência<p> Eu já estive aqui. Já vivi essa parte da história, e por que ela retorna? O que será que eu preciso aprender? Quantas vezes eu preciso me encolher, me espremer para caber?</p><p>De tantas voltas, porque não faço, eu, a minha própria órbita? Por que não pego a luta pelo outro e faço dela a minha glória?</p><p>É esse limbo da indecisão, a falta de sujeito com nome próprio, ativo na frase. A falta do imperativo. Falta desse pronome em primeira pessoa. A falta do eu. </p><p>O que eu decido? Que consequência eu banco?</p><p>Do que eu desisto? É sempre do Eu. </p>Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-21051248989833023932018-04-16T16:52:00.000-07:002018-04-16T16:52:05.704-07:00DesconfortoÉ como se eu queimasse de febre,<br />
Como se de súbito a pele ardesse a ponto de quase rasgar,<br />
E o peito explodisse em agonia.<br />
Como se nenhum lugar me coubesse,<br />
e eu já não fizesse morada em mim.<br />
<br />
É como se eu me desse as costas,<br />
e deixasse meu corpo absorto,<br />
permitindo-te fazer o que quiser de mim.<br />
Como se eu não existisse,<br />
E a vida se esvaísse e eu, enfim,<br />
Não pertencesse mais a mim.<br />
<br />
"Se existe Deus em agonia, manda essa cavalaria que hoje a fé me abandonou."Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-52596305127918249652017-11-18T06:22:00.004-08:002017-11-18T06:22:44.388-08:00Oito vidas que PerecemQuando a vida lhe sorri na primeira vez<br />
E na segunda vez te dá um aperto de mão<br />
Parece pouco<br />
Parece fraco<br />
Parece estranho<br />
Parece frio.<br />
<br />
Mas se na terceira a vida concede assunto<br />
E na quarta vez lhe premia com afeto<br />
Parece sorte<br />
Parece incrível<br />
Parece amizade<br />
Parece paixão.<br />
<br />
E aí na quinta vez a vida é seu corpo<br />
E na sexta chance a vida é sua alma<br />
Parece arriscado<br />
Parece louco<br />
Parece muito<br />
Parece vertigem.<br />
<br />
Porém na sétima vida retorna a realidade<br />
Que na oitava se transforma em oportunidade<br />
Parece triste<br />
Parece injusto<br />
Parece bom<br />
Parece eterno.<br />
<br />
É, nada na vida é o que parece.<br />
<br />
(A. B)Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-43317138156952870322017-11-15T07:58:00.000-08:002017-11-15T07:58:31.610-08:00Sobre as águas que correm para o noroesteÀs vezes gostaria de pensar na beleza da vida<br />
Como um remanso de água limpa e imperturbável<br />
Mas a incerteza do mundo é um rio turvo<br />
Onde não se vê mais que um palmo à sua frente<br />
<br />
A água comportada que respeita as vontades humanas<br />
Vira enchente sem a menor cerimônia<br />
Correnteza forte demais para represar com a razão<br />
Tanto bate que fura areia mole e pedra dura<br />
<br />
Das muitas cheias que passam<br />
As mais excepcionais são tão difíceis de prever<br />
Que mesmo a casa edificada na área mais alta<br />
Não fica isenta de experimentar da força do rio<br />
<br />
E depois que tudo passa tão rápido<br />
E o rio segue seu curso natural<br />
O seu destino manifesto até o mar<br />
Ficam as marcas nas árvores e barrancos<br />
E fica a preocupação: em que nível a água vai bater<br />
Quando alagar meu coração da próxima vez?<br />
<br />
(A.B)<br />
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-21002978926022976872017-04-28T15:07:00.002-07:002017-04-28T15:19:29.704-07:00Eu desapontei o amor<div style="text-align: justify;">
Existem esses dias cinzentos em que o frio chega sem você se dar conta de que a estação já virou, de que já é inverno. Nos relacionamentos com as pessoas parece não ser diferente. Um dia a vida chega repentinamente e bate na sua porta pra mostrar que alguma coisa mudou, que as coisas não são mais como antes. Você não sabe ao certo o que poderia ser em meio a tanto "se": se foram as brigas repetidas; se foram as exigências não cumpridas (ou cumpridas); se foi a distância maior do que a distância física; se foram as cobranças por termos melhores; se foram as discordâncias ou as concordâncias; se foi realmente o tempo ou diversas e inúmeras outras situações. </div>
<div style="text-align: justify;">
A questão de tentar fazer o outro te entender e te aceitar sempre foi cansativa em um relacionamento. E talvez essas tentativas de fazer o outro ver o seu ponto de vista acaba, ainda que pelo cansaço, mudando a outra pessoa. E de repente, a pessoa que você conheceu no início some como se tivesse sido compactada no meio das palavras "me aceita como eu sou". Eu estraguei uma pessoa assim, e tenho consciência disso. </div>
<div style="text-align: justify;">
Eu queria uma vida diferente da que eu havia vivido alguns anos atrás. Uma vida que pudesse ser fundada na tranquilidade e na paz. Mas eu me apaixonei por uma pessoa que era movimento, que era velocidade. E da mesma maneira que foi difícil pra ele saber lidar comigo, foi difícil pra mim também saber lidar com ele. E nós entramos em vários embates. </div>
<div style="text-align: justify;">
Eu não sei até que ponto nós devemos aceitar e relevar comportamentos. Até que ponto podemos interferir na maneira que cada um tem de enxergar a vida e o mundo ao seu redor. As pessoas dizem que temos que ser completude e buscarmos viver a vida da forma mais simples. Quando digo simples, refiro-me ao modo de sempre tentarmos desenrolar os nós sem atrito, respeitando o outro e os seus direitos. Sabendo colocar-se no lugar de cada um e não ultrapassar os limites tentando impor o nosso ponto de vista. Sempre estarmos de acordo e em plena paz de que podemos discordar e ainda ficarmos bem. </div>
<div style="text-align: justify;">
E foi tentando demonstrar esse mesmo ponto de vista que percebi que eu impus à pessoa pela qual me apaixonei essas mesmas condições. Eu usei vários termos referindo-me a liberdade, a confiança, ao amor para provar que eu estava certa e convicta das minhas afirmações, que eu compactei o carinho e o cuidado que ele tinha por mim. Eu o soterrei de uma tal maneira que ele optou por se tornar invisível, justamente porque não importava a mudança que ele fizesse, eu ainda acharia que qualquer ato que ele fizesse arruinaria a minha liberdade, quando na realidade ele só queria fazer parte. </div>
<div style="text-align: justify;">
Eu ainda quero paz. Ainda quero tranquilidade. E quero ainda mais que nós possamos voltar a sermos tão carinhosos quanto éramos no início e discutir da forma mais pacífica que existe a melhor maneira para cada um ser a pessoa que se é e ainda assim ficarmos juntos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sei que eu errei feio, mas parafraseando um amigo, eu errei tentando acertar. E peço desculpas por tê-lo soterrado com as imposições do meu discurso. Eu racionalizei demais os meus sentimentos e antes mesmos de te conhecer, eu tinha vários pontos imutáveis dentro de mim. Eu estava querendo tanto reafirmá-los que não deixei espaço para que você os visse por si mesmo e decidisse por si só a melhor maneira de agir. E eu sinto profundamente por isso e peço desculpa.<br />
<br />
"You could still be what you want to be, what you said you were when I met you, when you met me."</div>
Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-5022960229435990632017-04-11T17:25:00.000-07:002017-04-11T19:09:10.487-07:00O retorno do mesmo<div style="text-align: justify;">
Nietzsche algumas vezes discorreu sobre a lei do eterno retorno, demonstrando que a vida está limitada a um número finito de acontecimentos, e sendo assim, escreveu: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e seqüência". </div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Trazendo esse conceito para o nosso cotidiano, eu percebi que a nossa vida em vários momentos é uma repetição, ainda que com algumas nuances diferentes. Eu costumava achar que era uma oportunidade de tomar atitudes diferentes quando essas mesmas histórias, ainda que com outros personagens, aconteciam. E mesmo se houvesse alguma decisão diferente, a história tornava a se repetir. E então, as decisões eventualmente se repetiam também. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Existe uma certa atemporalidade nessas repetições. E eu acredito que esse eterno retorno seja parte do nosso subconsciente para reafirmar algo aprendido direta ou indiretamente durante a nossa vida. Como se aquela situação devesse ser vivenciada sob diferentes formas, infinitas vezes para firmar o alicerce das nossas (mesmas e repetidas) decisões, visto que parece haver uma necessidade de complementaridade, onde se tem que passar pela dor e pelo prazer para podermos enfim ter um marco realmente reconhecido e assentado no nosso subconsciente. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-45332306826356752562016-12-15T17:08:00.000-08:002016-12-15T17:28:21.230-08:00EquaçãoQuando a porta abre e o lampejo dos dentes ardem os olhos<br />
feito um clarão de adornos que faz doer o coração<br />
A marca do palmo que mede as distâncias dos centímetros<br />
viram quilômetros extrapolados<br />
<br />
Pura estatística enviesada, matemática sem vergonha<br />
Todo mundo fez as contas, toda essa gente vê a nossa soma<br />
Vê o mundo que nos divide e que se multiplicasse o que a gente tem<br />
nós seríamos o mesmo.<br />
<br />
E ao mesmo tempo seríamos essa raiz quadrada de números quebrados,<br />
porque não somos inteiros<br />
Seríamos o resultado que deu errado nessa equação porque em números negativos,<br />
quanto mais se soma, maior se torna a perda.<br />
<br />
Mas o que essa gente toda não vê é que nesse mundo de números infinitos,<br />
nós somos apenas uma estimativa.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-60485573249293728242016-10-09T06:22:00.001-07:002017-03-13T17:42:56.532-07:00ZumbidoPalavra, tom e gesto<br />
Perco e quero desafinar o som<br />
E cancelar o pulso do desassossego<br />
Se esse é o preço, ei de divagar<br />
No mar dessas incertezas<br />
E me deixar levar pelo acaso do ser<br />
<br />
Que impedido de ver, esquece que supõe que<br />
O estar só é mais que um dó na escala de Caetano<br />
E que sem planos há de perder a vontade de ter,<br />
<br />
E já não sei mais o porquê, mas às vezes viver<br />
Parece que dói tanto<br />
<br />
Cadê o lugar que trouxestes pra me acalmar?<br />
Se estou tão melhor ao perder,<br />
Então me diz: por que não sinto vibrar meu coração?<br />
<br />
Me dê sua mão, e me faz entender que o melhor de viver<br />
É poder esquecer de antemão<br />
<br />
Verbo, toque e zumbido<br />
Descubro o vão dessas certezas<br />
E contraio o nó dado na leveza de ser<br />
Que é tão incompleto de ver que devo inspirar<br />
O ar sem delicadeza<br />
E me deixar inflar de erros por esquecer<br />
<br />
Que no verbo incauto do dizer,<br />
Não há lá se não houver notas pra tocar<br />
Os ensaios vazios de coerência e de som<br />
<br />
E mesmo se eu soubesse o porquê,<br />
às vezes viver causa uma dor e tanto<br />
<br />
Esqueça que reinventamos o lugar,<br />
Se o que dizes o faz apenas por dizer ,<br />
Então por quê demonstras o contrário em vão?<br />
<br />
Recolha a sua mão, e deixe-me ver que a vida é<br />
história vivida para libertar o nosso coração<br />
<br />
<br />
<br />Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-76849674953331791142016-07-24T17:30:00.002-07:002016-07-24T17:45:58.838-07:00Dedução<div style="text-align: justify;">
Dizem que o coração é apenas um músculo que bate para fazer o seu sangue circular. Disseram que é a nossa cabeça que inventa todas as coisas do corpo, e que não se estendem além disso. Que um amontoado de células nervosas movem todos os seus sentimentos e pensamentos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas por que, diante de toda essa introjeção de reflexos, você que é a imagem que vejo de mim, parte externa de quem eu sou, funciona como um segmento que ajuda a controlar os batimentos do meu coração?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dizem que é ato impensado. Disseram que alguns sentimentos são irracionais. Que o corpo responde instintivamente à vida por causa do aprendizado riscados nas árvores genealógicas do ser humano.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas por que, na árvore que cresce a história da minha vida, você veio veio para riscar uma linha e plantar uma semente em mim?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dizem que o amor cresce feito árvore de casca suberosa pra ser marcada ao resistir aos intempéries da vida. Disseram que as linhas não fazem o amor, elas o entrecruzam para criar novos traços na história do mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então eu entendi, olhando pra você através de mim, todas as formas abstratas que te expressam como ser humano. E que, se não é o amor que realmente se expressa pelo coração, as minhas sinapses criaram um campo magnético com um raio tão grande que te alcançou.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E você me encontrou.</div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-81369353762686042092015-09-07T11:23:00.000-07:002015-09-07T11:24:58.401-07:00Quadrante das horas<br />
<div style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: right;">
<img src="http://imgc.allpostersimages.com/images/P-473-488-90/56/5698/KQSUG00Z/posters/salvador-dali-dali-relogio-derretido.jpg" /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Ele sabe ajustar os ponteiros do relógio para desorientar os instantes, tornando-os tão devastadores e bagunçados que perdem o seu sentido horário, não sabendo mais para que lado devem seguir. Sabe que no meio dos meus segundos, existe um intervalo que confunde o lugar das mãos, e que em horas assim, as minhas pernas já não sabem o que fazem: se fogem ou se abrem um buraco no chão pra se fincarem feito raízes, e dali não saírem nunca mais.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ele sabe provocar as pausas no tempo deslizando os dedos entre os minutos, apertando as agulhas contra os quadrantes, fazendo o relógio parar e indicar que ele pode ficar naquele instante por horas, e eu praticamente imploro pelo sentido contrário dos ponteiros para deixar o tempo voltar, e eu então poder arrumar o lugar pra ele poder, enfim, ficar.</div>
<br />
<br />
<br />Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-28958228887770756262015-04-12T13:56:00.004-07:002015-04-13T08:27:40.378-07:00Sombra<div style="text-align: justify;">
De repente, eu me escondi na sombra, e vi o meu corpo, coberto de abstrações, passear pelas estórias que eu havia criado pra mim e desapareci no esquecimento das coisas boas que não acontecem. Por comparação, eu vejo que existe uma luta necessária para viver dentro dos sonhos bons, e que talvez seja uma batalha que não pode ser lutada por ou pra mim. O tempo é aliado de quem nessas horas? Existe uma espada pra ser levantada por mim nessa guerra de querer ganhar todos os clichês?<br />
Eu sei que não existem moldes corretos a serem seguidos porque cada sociedade cria e se baseia no seu próprio modelo, e que esse estereótipo que eu quis pra mim advém das coisas sentidas por querer imitar algum cotidiano que eu acredito que serviria pra me encaixar dentro do mundo de um só que eu inventei.<br />
Deveria ser fácil ser o espectro que anda ent<span style="font-family: inherit;">re as vidas que eu teria vivido, que eu me vejo vivendo e que não se tornam realidade, mas eu virei a sombra que geralmente some no escuro que ninguém vê, e que se adequa a qualquer feixe de luz. </span>Não<span style="font-family: inherit;"> questiono a </span>resiliência<span style="font-family: inherit;">, indago as atitudes. </span>O que esse mar de palavras vai fazer com a gente? O que essa imensidão de lembranças vai fazer comigo?</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Eu espero profundamente que a vida não seja cíclica, e que na linearidade das coisas que acontecem, eu possa realmente deixar algumas coisas pra trás: o tipo de amor que machuca, os abraços que deixam uma falta que sufoca, as surras beijos que nunca mais serão dadas, as brincadeiras que não serão mais feitas, as mentiras que foram ditas, as vezes que me encolhi na cama de tanto chorar, o desespero de não entender, a impotência de não poder lutar, os apelidos, os lugares que não serão mais visitados, os momentos de estranheza, as palavras que doem, a angustia que dilacera o peito, os sentimentos que não duram e a tristeza de desistir.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"Eu pensei em deixar você, me livrar da dor e voar. Eu pensei em deixar você, me livrar da dor e crescer..."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-69659816165435378262015-02-22T09:53:00.001-08:002015-02-22T09:53:18.267-08:00Chiesta<div>
Eu fiquei me perguntando se havia telefone em Manaus. </div>
Se há lugar do lado. Se tinha um lugar no carro.<br />
<div>
Se ainda estava dentro do abraço.</div>
<br />
<div>
</div>
<br />
<div>
Indaguei-me se ao menos havia um espaço, um lugar no altar.</div>
Se há um lugar pros dedos, um espaço pros beijos.<br />
Se havia um assento marcado, um convite guardado.<br />
<br />
<div>
</div>
<br />
<div>
Perguntei se tem vaga pro riso, um canto escondido.</div>
Se algum avião poderia me levar embora.<br />
Se alguém não me deixaria passar da porta.<br />
<br />
<div>
</div>
<br />
<div>
Quis entender o sentido, tão unidirecional, do egoísmo.</div>
<br />
<div>
</div>
<br />
<div>
</div>
Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-84088008166916342582015-02-22T09:52:00.003-08:002015-02-22T09:52:38.254-08:00Tarja preta<div>
</div>
<br />
<div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWMfMQcGVTHtKO8uZoWawOtucT1Qk0q0jKHB0dzcvC6gvubAHnKgPN1IQUwMkcj0oE6UJBE2_RH2-PDijWWvbykNZXe1cpwoKo3Ha5lX9-BxQ8okMi2qjLoj3wSqhqRsHm-Y0H/s1600-h/ooo.jpg"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWMfMQcGVTHtKO8uZoWawOtucT1Qk0q0jKHB0dzcvC6gvubAHnKgPN1IQUwMkcj0oE6UJBE2_RH2-PDijWWvbykNZXe1cpwoKo3Ha5lX9-BxQ8okMi2qjLoj3wSqhqRsHm-Y0H/s400/ooo.jpg" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5124725044347826818" style="cursor: hand; display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center;" /></a></div>
<br />
<div align="center">
<strong>Tarja preta</strong></div>
<br />
<div>
</div>
<br />
<div align="center">
A minha felicidade está dividida em 28 pedaços</div>
<div align="center">
que se espalham em uma caixa preta, e se dissolvem</div>
<div align="center">
em sucos gástricos de tristeza.</div>
<div align="center">
<br />
Partes dosadas que não me livram do desalento dos</div>
<div align="center">
dias contados em que hei de pensar na morte.</div>
<div align="center">
E que o sinônimo de ser forte é ter olhar triste,</div>
<div align="center">
caminhar hesitante e um pesar na sorte.</div>
<br />
<div align="center">
<br />
Metades tomadas por inteiro pra ter a fixada </div>
<div align="center">
adinamia arrancada do peito pelos intervalos de clarão </div>
<div align="center">
e noite das horas plantadas no corpo lacerado.</div>
<br />
<div align="center">
<br />
Um todo contristado feito de refúgio e coração. </div>
<div align="center">
Repartido por horários, </div>
<div align="center">
Repetido nos vocabulários,</div>
<div align="center">
Como máculas de desistência e substituição.</div>
<br />
<div align="center">
<br />
Um meio de fechar o olhos, </div>
<div align="center">
e pedir que o tempo páre.</div>
<div align="center">
Uma parte destoada da melancolia.</div>
<div align="center">
E um todo que diverge da alegria desses dias.</div>
<br />
<div align="center">
</div>
Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-49418813622354452952015-02-22T09:50:00.002-08:002015-02-22T09:50:41.615-08:00Desabitado de mim<div align="left">
<strong> </strong>O fato é que eu não consigo esquecer alguns detalhes, uns contornos também. Pedaços inteiros.<br />
O coração está retraído e distraído com tantos impasses, tamanhos embates esses que fazem do sentimento essa prisão. Possuo grades contorcidas no peito, e estas me rasgam a pele.<br />
O que te lembras quando digo: S-I-M-P-L-I-C-I-D-A-D-E.<br />
São as coisas singelas. As coisas pequenas que contam: Esse seu olhar, essa sua boca.<br />
Coisas pequenas, meu caro. Coisas que rodam a vida.<br />
Então vem o descontrole, e é pelo tamanho descuido com as palavras que deixo o peito nesse imenso devoluto. O vazio de não-saber. Que deixo este desmedido corpo desabitado de mim. Ora cansado, ora exausto. E outrora espalhado por estas ruas que passo de olhos fechados.<br />
Ruas que me lembram as chuvas e as brigas. O silêncio e os sorrisos.<br />
Ruas que são feitas de Barros, Osório e Filho. </div>
Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-30839526747209912762015-02-22T09:50:00.001-08:002015-02-22T09:50:24.399-08:00Cartas de amigos<div align="center">
<strong>Cartas de amigos</strong></div>
<br />
<div align="center">
<strong></strong> </div>
<br />
<div align="left">
De: Rafinha.</div>
<br />
<div align="left">
Date: Sat, 6 Sep 2008 06:01:26</div>
<br />
<div align="left">
<br />
"Sabe, queria te dar um abraço bem forte e verdadeiro, desses bem apertado e cheios de sentimentos para quando te largar tirar de ti toda essa falta, tristeza e dor que sentes. Infelizmente acho que a distância me impede, mas como eu queria isso...como queria ver alguém que me trata com tanto carinho sem ao menos ter contato pessoal sorrir o mais belo dos sorrisos, ver um brilho a mais em teu olhar, enfim, ver-te feliz. Fica sempre bem, menina mais bonita que já vi. Adoro você, mesmo na distância."</div>
<br />
<div align="left">
</div>
<br />
<div align="left">
<strong>Resposta:</strong></div>
<br />
<div align="left">
<strong></strong> </div>
<br />
<div align="left">
De: Carol</div>
<br />
<div align="left">
Date: Sat, 6 Sep 2008 06:01:26</div>
<br />
<div align="left">
</div>
<br />
<div align="left">
</div>
<br />
<div align="left">
</div>
<br />
<div align="left">
<strong></strong> </div>
<br />
<div align="left">
</div>
<br />
<div align="left">
</div>
<br />
<div align="left">
</div>
Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-22758376517060291432015-02-22T09:49:00.000-08:002015-02-22T09:49:27.265-08:00Invertido<div>
É o inverso. Reverso. Contrário.</div>
O lado oposto do desgosto.<br />
O corpo do avesso.<br />
<br />
<br />
<div>
</div>
Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-9546130071032961082015-02-22T09:48:00.000-08:002015-02-22T09:48:23.092-08:00Sorrisos.<br />
Inúmeros deles.<br />
E o teu como vaga lembrança preenchendo o vazio.Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-77631241770701512012015-02-22T09:47:00.002-08:002015-02-22T09:47:53.993-08:00Rodopios<strong><em></em></strong>Até inconciente sente.<br />
Pesado de lembrança,<br />
cansado dessa apatia<br />
E da lassidão latente das horas,<br />
sem ver-te.<br />
<br />
Pílula simulando a quietude,<br />
é como parar de sentir,<br />
E nos rodopios das ruas<br />
Um sinal de fogo<br />
Fugindo de carro.<br />
<br />
Escurecendo os atalhos,<br />
e as esquinas em retalhos<br />
Saudando o desespero<br />
De braços abertos e<br />
O vazio do dia sem você.Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-45761194273687316482015-02-22T09:47:00.001-08:002015-02-22T09:47:39.133-08:00Entrelinhas<span style="font-size: 130%;"><em><br />Correndo<br />Entre os<br />Zéfiros,<br />Afastado dos seus<br />Ruídos.<br /><br />{E.M}<br /><br /></em></span>Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-54416861662987638292015-02-22T09:47:00.000-08:002015-02-22T09:47:19.324-08:00Despedida<strong><em></em></strong><em>Rubem Braga</em><br />
<div align="justify">
<br />
E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perda da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho? </div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil. </div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus. </div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo.</div>
Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-69984152701102883812015-02-22T09:46:00.003-08:002015-02-22T09:46:59.143-08:00Mantra I<strong><em></em></strong>Eu preciso te esquecer.<br />
Eu preciso te esquecer.<br />
Eu preciso te esquecer.<br />
<br />
Eu preciso te esquecer.<br />
Eu preciso te esquecer.<br />
Eu preciso te esquecer.<br />
<br />
Eu preciso te esquecer.<br />
Eu preciso te esquecer.<br />
Eu preciso te esquecer.<br />
<br />
Preciso.Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-36110978747567418382015-02-22T09:46:00.002-08:002015-02-22T09:46:37.437-08:00Engrenagem<div align="justify">
<em><strong></strong></em>Quanto tempo demora pra perdemos alguém?<br />
<br />
A cidade nunca para. O tempo não congela. Só que o coração, ás vezes, parece parar no tempo. Bem naqueles detalhes, aqueles olhares. Aquela boca que você fica prestando atenção quando abre um sorriso.<br />
<br />
Ele para nos abraços, nos beijos, nas conversas, no toque, no jeito. Esse é o relógio que não continua. E tudo se desfaz em lembrança, essa é a engrenagem que pára a nossa cabeça mesmo que se passem cinco meses ou cinco anos.<br />
<br />
A pessoa fica presa naquele dia que passou há dez anos atrás. Naquele segundo antes de dizer adeus. Naquela hora em que precisa tomar uma decisão. Naquela primeira vez em que você realmente viu quem precisava ver, e também nas horas em que falhou com alguém.<br />
<br />
Gostar é algo complicado, principalmente se o corpo da pessoa que você quer amar continua seguindo no sentido horário, até mesmo anos-luz do teu corpo, enquanto o seu não para de voltar no tempo, e nem sequer segue um segundo com ele.<br />
<br />
A luz desloca-se numa velocidade de aproximadamente 300 mil quilômetros por segundo, nada viaja mais rápido do que ela, sendo assim o ano-luz vale 9 460 536 207 068 016 metros. Aonde essa pessoa deve estar agora?<br />
<br />
E você? Se você for como eu vai estar parado naquele minuto. Naquele segundo. O tempo passou, mas parou o seu coração.<br />
<br />
E no meio disso tudo talvez alguém te sacuda, talvez alguém te dê um choque, talvez alguém te desperte e te faz seguir mais rápido que a velocidade da luz. Talvez. Só que até lá eu continuo presa em alguns desses momentos.<br />
<br />
Não adianta forçar que o tempo siga pra você. Isso tem que acontecer do seu jeito. Esquecer pode demorar, mas tudo se deteriora. Você repete tanto essas lembranças em sua cabeça que os detalhes vão se perdendo, e você vai esquecendo. E o que vai ficar em você serão as coisas que outras pessoas irão te trazer.<br />
<br />
Uma vez me falaram em “lembrança de sentimento”. Quase todas as vezes que eu me apaixonei, eu pensei que duraria para sempre. E o sempre durou, até simplesmente eu não lembrar mais.</div>
Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-74195634492514156582015-02-22T09:46:00.001-08:002015-02-22T09:46:20.074-08:00Ter sido<strong><em></em></strong>Estar sendo, <br />
<div align="justify">
No breve momento, </div>
<div align="justify">
Teria sido o que não fosse ser </div>
<div align="justify">
Sem ter sido o que se foi desde então.</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
Mas já sendo, </div>
<div align="justify">
Tenho que ser o que fui </div>
<div align="justify">
Sem ser o que se era antes </div>
<div align="justify">
De ser o que sou agora. </div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
Porém só tenho a dizer que </div>
<div align="justify">
O sendo me é agora o que fui antes, </div>
<div align="justify">
Não sendo mais como era </div>
<div align="justify">
Depois de ser o que fui antes de ser essa agora. </div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
E o ser há de existir, </div>
<div align="justify">
Pois a saudade ainda o é, </div>
<div align="justify">
E não deixará de ser desde então.</div>
<div align="justify">
E se a saudade ainda é, só será se for de ti. </div>
Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37780358.post-91781674982164136302015-02-22T09:46:00.000-08:002015-02-22T09:46:00.079-08:00Bilhete de embarque<strong><em></em></strong>É a pele queimada.<br />
O sol da praia.<br />
O nó descendo pela garganta.<br />
A camisa marcada.<br />
O dente.<br />
O sorriso.<br />
<br />
E mais uma vez aquele avião.<br />
A mala.<br />
O horário.<br />
A espera.<br />
O abraço.<br />
E o adeus.<br />
<br />
É a camisa queimada.<br />
O nó no sorriso.<br />
A pele marcada.<br />
O aperto dos dentes.<br />
O abraço de adeus.<br />
E o caminhar.Miss S.http://www.blogger.com/profile/12615207552549689642noreply@blogger.com0