terça-feira, agosto 16, 2011

O enterro do amor


Tem um sábado que guardou todos os sentimentos pra ele. E embora eu gritasse doze vezes que não queria vê-la partir, meu coração batia doze vezes mais rápido ao abraçá-lo. Eu senti o vazio ao ver parte do meu coração naquele caixão e as asas das borboletas batendo no meu estômago esperando ele chegar. Um dia cheio de despedidas. Tchaus breves, e pra sempre. Uma despedida que me enterrou junto, e que até hoje cavo dentro de mim tentando achar, de novo, o coração. Acho que me confundi, eu pensei que o amor tivesse morrido naquele dia. E você lá. O amor morrendo, e você lá. Eu tonta, e você lá. Eu pálida, e você lá. Eu desnorteada, e você lá. Eu vazia, e você lá. Eu sozinha, e o adeus lá. Eu e o adeus juntos. Eu, e Deus com ela. Eu e o amor morrendo. Eu e a tontura. Eu e a palidez. Eu sem chão. Eu e o vazio. Eu e o adeus e ela com Deus. E eu? E eu? Eu não sei responder. 
O amor morreu no dia doze de dezembro de dois mil e nove. Morreu de insuficiência. Morreu de câncer. Morreu por descuido. Morreu de tristeza. Morreu de vazio. Morreu de descaso. Morreu de coração parado. E vai ficar pra sempre enterrado.