Quando a porta abre e o lampejo dos dentes ardem os olhos
feito um clarão de adornos que faz doer o coração
A marca do palmo que mede as distâncias dos centímetros
viram quilômetros extrapolados
Pura estatística enviesada, matemática sem vergonha
Todo mundo fez as contas, toda essa gente vê a nossa soma
Vê o mundo que nos divide e que se multiplicasse o que a gente tem
nós seríamos o mesmo.
E ao mesmo tempo seríamos essa raiz quadrada de números quebrados,
porque não somos inteiros
Seríamos o resultado que deu errado nessa equação porque em números negativos,
quanto mais se soma, maior se torna a perda.
Mas o que essa gente toda não vê é que nesse mundo de números infinitos,
nós somos apenas uma estimativa.
quinta-feira, dezembro 15, 2016
domingo, outubro 09, 2016
Zumbido
Palavra, tom e gesto
Perco e quero desafinar o som
E cancelar o pulso do desassossego
Se esse é o preço, ei de divagar
No mar dessas incertezas
E me deixar levar pelo acaso do ser
Que impedido de ver, esquece que supõe que
O estar só é mais que um dó na escala de Caetano
E que sem planos há de perder a vontade de ter,
E já não sei mais o porquê, mas às vezes viver
Parece que dói tanto
Cadê o lugar que trouxestes pra me acalmar?
Se estou tão melhor ao perder,
Então me diz: por que não sinto vibrar meu coração?
Me dê sua mão, e me faz entender que o melhor de viver
É poder esquecer de antemão
Verbo, toque e zumbido
Descubro o vão dessas certezas
E contraio o nó dado na leveza de ser
Que é tão incompleto de ver que devo inspirar
O ar sem delicadeza
E me deixar inflar de erros por esquecer
Que no verbo incauto do dizer,
Não há lá se não houver notas pra tocar
Os ensaios vazios de coerência e de som
E mesmo se eu soubesse o porquê,
às vezes viver causa uma dor e tanto
Esqueça que reinventamos o lugar,
Se o que dizes o faz apenas por dizer ,
Então por quê demonstras o contrário em vão?
Recolha a sua mão, e deixe-me ver que a vida é
história vivida para libertar o nosso coração
Perco e quero desafinar o som
E cancelar o pulso do desassossego
Se esse é o preço, ei de divagar
No mar dessas incertezas
E me deixar levar pelo acaso do ser
Que impedido de ver, esquece que supõe que
O estar só é mais que um dó na escala de Caetano
E que sem planos há de perder a vontade de ter,
E já não sei mais o porquê, mas às vezes viver
Parece que dói tanto
Cadê o lugar que trouxestes pra me acalmar?
Se estou tão melhor ao perder,
Então me diz: por que não sinto vibrar meu coração?
Me dê sua mão, e me faz entender que o melhor de viver
É poder esquecer de antemão
Verbo, toque e zumbido
Descubro o vão dessas certezas
E contraio o nó dado na leveza de ser
Que é tão incompleto de ver que devo inspirar
O ar sem delicadeza
E me deixar inflar de erros por esquecer
Que no verbo incauto do dizer,
Não há lá se não houver notas pra tocar
Os ensaios vazios de coerência e de som
E mesmo se eu soubesse o porquê,
às vezes viver causa uma dor e tanto
Esqueça que reinventamos o lugar,
Se o que dizes o faz apenas por dizer ,
Então por quê demonstras o contrário em vão?
Recolha a sua mão, e deixe-me ver que a vida é
história vivida para libertar o nosso coração
domingo, julho 24, 2016
Dedução
Dizem que o coração é apenas um músculo que bate para fazer o seu sangue circular. Disseram que é a nossa cabeça que inventa todas as coisas do corpo, e que não se estendem além disso. Que um amontoado de células nervosas movem todos os seus sentimentos e pensamentos.
Mas por que, diante de toda essa introjeção de reflexos, você que é a imagem que vejo de mim, parte externa de quem eu sou, funciona como um segmento que ajuda a controlar os batimentos do meu coração?
Dizem que é ato impensado. Disseram que alguns sentimentos são irracionais. Que o corpo responde instintivamente à vida por causa do aprendizado riscados nas árvores genealógicas do ser humano.
Mas por que, na árvore que cresce a história da minha vida, você veio veio para riscar uma linha e plantar uma semente em mim?
Dizem que o amor cresce feito árvore de casca suberosa pra ser marcada ao resistir aos intempéries da vida. Disseram que as linhas não fazem o amor, elas o entrecruzam para criar novos traços na história do mundo.
Então eu entendi, olhando pra você através de mim, todas as formas abstratas que te expressam como ser humano. E que, se não é o amor que realmente se expressa pelo coração, as minhas sinapses criaram um campo magnético com um raio tão grande que te alcançou.
E você me encontrou.
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