domingo, fevereiro 22, 2015

Anotações e adeuses

E é assim que a vida segue: Sem mensagens, sem ligações e sem o beijo dela.
Cumprimos parte do acordo implícito da vida - sumir um da vida do outro sem que isso cause uma dor dolorida e dolorosa. Ir embora como quem sai por cima, com o peito estufado de um orgulho falso e cheio de raiva por não terem inventado a máquina que volta no tempo. Uma das cláusulas era o encontro casual, que nem é tão casual assim porque, você, depois de estar tão acostumado a acompanhar, já sabe ir sozinho pros mesmos lugares. Costume que é evitado por um tempo, se você começar a ler o artigo “esquecer”. E esse artigo é tão extenso por causa das tantas exceções que tudo se resume ao tempo. E o que eu sinto por ela são anotações que prego pela casa, pelo trabalho, pela faculdade, por ruas, no meu carro, nas pessoas, nos bares pra onde saio, em meus amigos, e em mim. Mas não cheguei a ler as instruções de como despregá-las. Acho que nem existe esse capítulo. Acaba ficando tudo pregado e misturado com outros lembretes que foram e serão pregados. E é quando você está mexendo nos papéis antigos que aparecem aqueles escritos de três anos atrás em letras grandes de eu te amo. E tudo se mistura de vez. Tudo se complica sem ser complicado de fato. E é aí que você começa a ver o que é saudade. Essa parte dói. Lateja. É uma dor pior que a de bursite ou qualquer outra “ite” que você tenha. E te leva a definição de lágrima e tristeza como coisas latentes uma na outra.
E a única coisa que eu sempre quis foi amá-la, num tempo presente e sempre disposto.

2 comentários:

Paty ! disse...

Anotações e adeuses.
Disse: - "Adeuses" ?

Solange Maia disse...

caramba...
estou aqui, meio se ar...
tanto de mim em suas palavras, tanta verdade, tanta beleza...

Beijo especial,

Solange

http://eucaliptosnajanela.blogspot.com