domingo, fevereiro 22, 2015

E se...

Será que ele entende as sutilezas das letras?
Será que ele sorri apertando os dentes?
Será que quando beija sente o esmagar dos lábios na gente?

Será que quando se ausenta está distante?
Será que fechará os olhos com os meus sonhos?
Será que esquecerá dos outros dias?

Saberá lidar com o tormento?
Será que esquecerá as conversas de intervalo?
Será que é a leveza do peso que permanece em mim quando ele ja foi?

A distância é o tempo da minha casa
Pra tua em metros de milhares de
Segundos que dariam a volta na terra
Se não fosse a ausência.

Torpor de saudades e ruas cheias de probabilidades
De serem você em carros marcados, bancos sentados.
Branco de ser vago.

Será que seis acasos manteriam-me perto?
Será que um 'não' me jogaria pra tão longe?
Será que em teu sorriso tem alegria?

Será que a paz que traz contigo não é a minha agonia?
E se você apenas viesse?
E se você apenas ficasse?

Será que tua boca distorceria o que tens no peito?
Será que o que bate em teu peito não é um pulsar de acrílico?
Será que repete os toques?

Será que o de dentro está vazio?
Será que ser oco é o que tens de melhor?
E se a vaguidão que te cerca é aquilo que me esmaga?

E se ter controle significar perder a verdade?
Será que de verdade se perderia?
Será que na verdade o teria?

Balizas no vento, é um contratempo
o teu compasso.
Sorrindo pro tempo, é na demora
abstrata que guardo aquele que é o inverso.

E se eu te esquecesse?
E se eu não lembrasse?
E se você viesse?

E se você ficasse?


Nenhum comentário: